Sob a lua vermelha de novembro...

Quando tudo isso começou? Quando as engrenagens do destino começaram a girar? Talvez seja impossível achar a resposta agora, profunda no fluir do tempo...

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Eu? Apenas mais um andante solitário...mas todos os andantes tem uma ou outra lição a passar devida à sua intimidade com a estrada. A estrada é sábia. Embora seja certo que o caminho ainda segue muito à frente... quantas lições nos esperam?

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Eien....

(Eternamente)




* Em homenagem ao meu eterno namorado, Lucas Sena, mesmo que tudo tenha acabado... * (Eien Ganesha)

Amo-te Infinitum

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Eien / Parte I




Parte I

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Nos vales as folhas surgiam
e nasciam os sonetos do amar;
A vida, os gerânios se abriam
dois a dois, em cada par;


[Minhas margaridas jamais cresciam
nos ramos da solidão;
Descobri-te quando cem floriram
nos vasos do coração...
]

Dos buracos da tempestade
a luz volta sempre a raiar;
A esperança da esmeralda
é seu intenso brilhar;


[Enquanto os pingos não caem,
meus lábios junto a ti;
A chuva salpicando a janela
acariciando teu sorrir...
]

Nos arco-íris dos céus
as luzes despontando:
sete portas, sete véus
ao mundo circundando...

[As dimensões que se abram!,
percorrê-las-ei contigo;
A beleza maior dos astros
já a tenho aqui comigo...
]

As escarpas agasalhadas
num manto opaco;
As montanhas enevoadas
num sacro canto;


[Do granizo os desenhos perfeitos
são minha obra em teu louvor;
O pincelar da língua em teu peito
formando linhas eternas de amor...
]

(Eien...)


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Eien / Parte II




Parte II

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Nas vidas que as horas levam;
Nas ondas que as chuvas regam;
Nas estradas que as asas negam;
um brilho de íris... (em dons de mistério)


[Rabisco mil nomes
no mundo a cair;
Nas folhas que passam
um pouco de mim
]

Suspiram os seios do mármore
fadados ao eterno pensar;
Sublimam degelos dos mares
fragrâncias salinas ao ar;


[Reflete o espelho do lago
– cristalino, teu rosto a sonhar... –
as cobertas eu contigo abraçado;
um coração em fogueira a pulsar;
]

E todas as montanhas velam
o despertar das rosas;
E todos os cisnes elevam
um colar de pérolas;


[Quem conta, amor
tantas rosas faceiras,
as lindas palmeiras
que plantei por ti?
]

Dança a carruagem
de cavalos em fogo
em infinda viagem
de céu a morro;


[O ouro dos campos
envolto em trigais:
Querido, eis meu manto
de paixão e de paz...
]

(Eien...)


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Eien / Parte III




Parte III

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Ao luar dos pássaros
um sonho voa sem asas,
sem nada, das malhas
dos sussurros tártaros;


[Da morte revivo
cem mil lírios
a orar em ofício
por ti.
]

Nas brisas do tempo
os perfumes secretos
que carregam os ventos
de Roma a Éfeso...


[Nunca, nunca esquecerei
do corar de tua face
embalde me ache
onde nunca vos perderei
]

Dos justos redutos
um vulto, que sumo
a zelar tão fecundo
no coração do mundo?


[Mesmo os sete paraísos
ajoelham-se a ti;
Virgem imaculado,
cravaste teu nome em mim
]

E as flamas poentes
das flechas da mente:
magias nascentes
dia a dia, eternamente...


[Um segundo não passa
num olhar que te toca
mais fundo que o breu:
amor, eu sou teu.
]

(Eien...)


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Eien / Parte IV




Parte IV

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Os doze meses que passam
são doze fervores do amar;
são doze cantos que embalam
os violinos das bocas do mar...

[Eien...]

O destino das trilhas que somem
quem diz, onde vai dar?
Os alaúdes ensinam ao homem
mil lições de vida ao tocar...

[Eien...]

Um vôo de borboletas:
maior magia não há;
O olho que vê um cometa
nunca mais esquecerá...

[Eien...]

Nos labirintos da sorte
residem os dons do amar;
Ainda que me trague a morte
meu coração me salvará!

[Eien Indigo...]

Um carneirinho baila
sobre campos ao sol;
De dia pela relva parda,
De noite pelo farol;

[Eien Ganesha...]

Amor, sigamos sem medo,
elevemos nosso amor dos apegos
nossos corações dos coveiros
que insistem em os enterrar...

[Eien Ganesha & Indigo]

Adiante! Nas nuvens
há sonhos a realizar!
Até os confins do mundo
de nossa história falará!

[Eien Eien Eien...]

Te amo.

[........]

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Soneto da Maioridade




Soneto da Maioridade


Um chalé, um café morno
antes do cantar do galo,
antes do joão-de-barro
gorjear um canto d'ouro...

De tarde o cheiro do mato,
do suor dos cavalos,
os velozes cascos
soando tambores no chão.

Olhos brilhavam: diamantes da noite;
As pupilas dilatantes, esperando, perguntando
porque o amanhã não vinha...

Adeus, minha roça;
Adeus, minha rosa;
Minha airosa infância...


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(Autor: Bruno Neves)