Sob a lua vermelha de novembro...

Quando tudo isso começou? Quando as engrenagens do destino começaram a girar? Talvez seja impossível achar a resposta agora, profunda no fluir do tempo...

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Local: São Paulo, SP, Brazil

Eu? Apenas mais um andante solitário...mas todos os andantes tem uma ou outra lição a passar devida à sua intimidade com a estrada. A estrada é sábia. Embora seja certo que o caminho ainda segue muito à frente... quantas lições nos esperam?

terça-feira, abril 12, 2005

Dois guerreiros, a espada e a lua / Primeira Parte

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Dois guerreiros, a espada e a lua

Parte I

I


Nada sei eu, só sou um bardo,
é minha vida outras vidas cantar;
Exaltar as batalhas do passado
é o que faço, é pelo que vão me pagar.

Quem poderá cantar o segredo do caos profundo?
Que Buda desvelará o mal de um amor fecundo?

Há um conto nobre, um conto escuro,
de dias escuros dos quais há pouco lembrar;
Essa lenda me foi passada por um bardo sujo,
um peregrino das terras das bandas do mar.

Senhores, parem, e ouçam um conto
de amor, mas há muito olvidado,
de um amor puro em um puro sonho,
adubado em carinho, regado co’o orvalho.

II

Conto um conto de dois guerreiros
- dois guerreiros sem nome ou fama –,
uma história corrida sob um chão vermelho,
sob um céu de medo numa lua branca.

Canto uma época, uma terra em túmulo
- que unia morte e vida n’uma só carne -,
cuja macabra sinfonia era ainda um prelúdio,
um início de crepúsculo, quando sombras caem...

Preparados estóis, meus ouvidos, para a lenda que contarei?
São já vossas almas preparadas para a saga que falarei?
Sabei pois que muita dor se passou, e de muita dor cantarei;
de corações que perecem na noite minha história comporei;

Pois dia não havia, não havia aurora, só havia a luz d’espírito,
cujo fulgor era qual da lua as chamas prateadas velozes no rio;
Dia branco nascia, o corpo, o gelo, a pálida espada no vazio
cortando além o nada enquanto crescia n’alma o vício.

III

Eis Japão antigo, terra de senhores,
sob única lei da espada: era vida
sangrando essências de matadores
e o direito que do forte não vacila;

Uma terra, muitos reinos:
como entre tantos um consenso há?
Doravante guerras permeiam
a negra época da qual me ponho a falar.

Havia ali sombras riscando a noite,
invisíveis sob estrelas fátuas;
Assassinos mestres, da morte a foice,
faiscando chamas sobre suas facas;

Havia também o samurai guerreiro,
a manipulação da lâmina a sua arte;
Em milícias, ou vagando sem medo
pela estrada, sob céus de mortandade.

IV

Oh, nobre Buda, quem diz o que virá?
Quem porventura diz quando da bétula
a derradeira pétala cairá?

Os verões passam, passa a tragédia,
mas a dor, quando passará?
Será que algum dia a floresta
de mágoa n’alguma alma findará?

Que calor ígneo, então, não há de passar?
E que destemido coração deste mundo,
do vento um dia o caminho tomará?

Será a vida como a palha velha
e seca, que há um dia de queimar?
De que nos serve a beleza eterna
se não há na sua essência amar?

V

Dentre todos, um palácio havia,
e um guerreiro fiel a seu senhor;
Tatsunaga era, pelo que se dizia,
seu nome, e era um brado de valor.

A visão de muitas batalhas vencidas
possuía, e sua espada um fio de temor;
O cabelo negro longo nas costas caía,
qual a correnteza das noites sem fulgor.

Era seu espírito de tal furor imbuído,
que seus olhos eram qual brasas rubras
em batalha, e frente a qualquer inimigo:
Eis um general antigo, sob antiga lua.

E por seus feitos, longo tempo
reinou em paz o seu Senhor;
Assim havia imaculado alento
naqueles campos, de frescor.

VI

Ah, ó deuses, quisera que permanecesse
imaculada a relva daqueles sítios!
Quisera que o sangue não escorresse
da veia funda, e ferisse o espírito!

Quisera não houvesse as vis correntes
que nos atam do Samsara à roda curva;
Quisera a liberdade pura fosse leme,
e a bandeira que ante o ignoto tremula;

Sim, muito melhor se assim fosse,
porém haveria que conto a contar?
Quais dos feitos sabidos hoje
persistiriam, se não houvesse sangrar?

Mesmo que, espinhosos, muitos laços
envolvam do amor o caminhar;
Mesmo seja o sofrer tal chicote árduo,
e traição desperte onde há mais confiar;
Ainda seja tudo isso até redobrado,
ainda assim, terá valido a pena amar...

(continua...)

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(Autor: Bruno Neves Oliveira)

Segunda Parte

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Parte II


I

Sim, valido a pena amar terá,
ainda que uma faísca ligeira
este o seja na areia corrida já;

Tal é o amor deste conto,
uma faísca a sós na eternidade;
Não o julguem, pois, de pronto,
nem por cega fé o descartem;

Senhores, vós que haveis me ouvido,
sem vergonha eu clamo e digo:
eu nunca amei, não sei qu’é isso,
e muitos como eu têm tal vivido;

Porém, uma habilidade a tenho:
o amor achar onde há de fato
e respeitá-lo, em meu silêncio....

II

Assim, não muito tempo além,
eis que, em sangue e fogo,
já outra batalha vêm,

tão longe, de um lago à margem,
onde um vilarejo em cinzas mostrava
da vil força invasora a barbárie;

Confiante, o belo Tatsunaga
levou apenas si e cem espadas;
Sob sol, sob lua a cavalgada
os levou frente à face dessa armada.

Era porém já, oh, por demais tarde!,
quando atônito, o general imberbe
fitou a ruína no alvorecer do embate;

quando, quais rubras ondas cruéis,
invasoras hostes cercavam-n’olho,
e o coração por mil chagas ‘través;

quando diamantina gota escorreu,
serena, brilhante estrela no branco
da carne, até um lábio a sorveu;

quando, quais estéreis lenhos partidos,
caiam-lhe os filhos da bandeira vibrando só
na escuridão de medo que arrancou-lhe o grito;

quando, enfim, como do vulcão nas lavas,
um coração de fogo soçobrou nas águas
pastosas, vermelhas, d’um campo de batalha...

III

Não queria porém, o destino
[esse alto senhor, de eterno siso]
que Tatsunaga fosse ali caído,

talvez por aguardar-lhe nobre sina
ou tormentosos anos tantos ainda;
talvez por dádiva, ou divina graça
ou por sua quão incrível sorte d’alma;

O fato é que ali estava, sobre chão,
ao solo colado; e ouvia-se um só coração
que pulsava ainda da batalha em vão;

Sim, jazia, havia ali um corpo,
sim, d’um espírito quebrantado e rouco;
Nada além, ali, d’um corpo meramente,
cujo íntimo tombava-lhe impotente.

IV

Ah, senhores, não sabeis quão dolorosa
é a derrota; mas eu vos digo aqui, agora,
mil vezes maior é a dor do amor qu’imbora
se vai par’as não conhecidas plagas mortais;

Mil vezes mais sofrida, e o sangue que escorre
da ferida totalmente não curar-se pode;
Não há alívio, prece ou erva conhecida
que coagular tal profunda lesão consiga;

Chame-se do gélido cume a flor eterna,
ou da mata aberta, a doce ninfa;
Chame-se o sol, a lua, os frágeis dias,
ou d’imenso Fuji oval cratera;

Nada, nada cura a profundeza
do coração, pois que é inexplorada;
Qual rochedo qu’impiedoso mar açoiteia
e pulveriza, mas sobra-lhe a base intacta;

V

Já qu’em tal amor esse conto não chegou,
prossigamos nossa história, onde parou:
E lá estava, caído envolto em lama e dor
confiante general que a si mesmo inumou;

Já não viçava ânim’o olho
tetro, qual a pérola marinha;
Não mais na face o róseo coro
suave, qual pétala carmesina;

E trespassava-lhe as pupilas
todo o terror da destruição;
E adentrava-lhe pelas narinas
o sangue, a loucura, a convulsão.

Ergueu-se lento, e cada segundo
era um dia; e cada centímetro
era maior qui’a razão do mundo,
que nada mais era, que um centímetro.

VI

Ergueu-se, e mirou a esperança
desmoronar-se na luz na lâmina
de um inimigo que veloz avança;

O olho, a espada, nada existia
além de tal relação solitária;
Dois espelhos, era uma magia
a piscar no seio daquela plaga;

Dois homens, de bandeiras diversas
sobre a campina, já aquela hora erma,
ligados ao fio de uma história eterna;

Eis tragédia, eis fatídico instante,
ó passantes, que todo ser há de viver;
Cedo ou tarde, acalanto insone
ó homens, ouvireis, e irão reconhecer.
Não há tom ou palavra em seu cânone;
mas há o segredo supremo do morrer...


(continua...)

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(Autor: Bruno Neves Oliveira)

Terceira Parte

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Parte III


I


O morrer...ó inigualável instante!
Eis a liberdade do vital fardo,
e o gotejar do límpido sangue:
rubro castigo, agora imaculado;

Ah, esse segundo aquele que o passa
não mais o pode olvidar;
E o que ocorrerá aqui com tatsunaga
é raro, árduo d’explicar,

pois não era chegada inda sua hora,
houvesse ele baixado a fronte embora:
nobre gesto, ápice no ruir da glória.

Fitava o chão, e era tudo silêncio;
Dois joelhos no chão, Um eterno alento;
Até um grito ecoar; e depois, o vento...

II

Soou, soou o som lamurioso
e, na morte, um guerreiro adentrou;
De Tatsunaga a passos poucos,
a um cavaleiro, uma flecha trespassou;

E caiu; lento sem preocupar-se mais
com o inimigo que com seu ferimento;
Caiu, e roubou do outro a sublime paz
surgida no antes inevitável momento.

Roubou, e se viu a dupla vítima
em instantes furtada da paz e da vida;
Uma após outra em espanto perdida;

Roubou, e por trás do cadáver o vulto,
sob o poente, d’aquele jovem em rubro,
cuja flecha, cujo arco, resgatara-lhe tudo...

III

Olhou, e os olhares se cruzaram
mas não se deteram, nem desviaram
da profundo instante, do eterno enlaço;

Olhou, e n’outro o castanho olho
o brilho era um diamante lustroso
por vastas férteis terras envolto;

Olhou, e leu n’outro a sina do vento,
e viu no arco as mãos de cimento
desbastadas pelo mundo ferrenho;

Olhou, a gruta era um túnel sem fim;
mas, como a flecha que voara assim,
furou o espírito d’aquele que jazia ali;

Furou, e viu o céu, e viu o sol,
e viu a si; viu da tristeza o rol,
a solitária onda do sombrio atol;

Olhou, e viu a lâmina dourada
fulgir co’o término da alvorada
que, aos poucos, do céu se desgarrava;

Olhou, e lhe parecia que a mágica
do mundo inteiro só ali se deitava;
em um momento, sob a luz da espada;

Olhou, mas não era mais um olhar
que um beijo; não era mais um pensar
que anseio; não era mais nada, que amar.

E tatsunaga, ali, caído, amou;
No sangrento sítio, ele amou;
E viu o coração do outro, e lá se achou;
Assim, na lama, jovem broto se fez flor.

IV

Sanahide, assim o soube, era seu nome,
era um viandante, um sonho procurando;
Um sonho d’espírito, que o céu o conte,
d’entender dessa vida o supremo canto.

Assim, de nobre, passou a pobre,
e de rico, a peregrino;
D’um Senhor era filho,
mas que não mais espera que volte.

Então, ele andou pela estrada,
e conheceu a mágoa;
Sim, por ela vagou ele insone
e descobriu a fome;

Seu coração foi mil vezes ferido
por seus próprios irmãos;
Encontrou porém, no vento rijo,
um baluarte e compaixão.

V

Ó, vento...quem sabe onde vais dar?
Ei-te aqui hoje, ei-lo amanhã acolá,

pois não sabe a brisa arisca
d’onde vem ou pr’onde vai:
por onde sopra não se firma
e conhece tudo, e tudo faz.

Não firma raiz, não corre ao mar,
não fulgura, formas não traz:
eis liberdade, eis força, eis paz;

E, sendo leve, mais dura é que o aço,
e, invisível, que a jóia mais brilhante;
barreiras não vê, ou limite ou enfado.

VI

Tudo isso soube Tatsunaga do amado,
e contou-lhe após sua própria saga;
Contou-lhe que, já d’esperança apartado,
nesse campo quase seu fim chegara.

Como uma recompensa, um convite fez
(embora de ser dito já não precisasse),
para que, com ele, às suas terras voltasse,
onde teriam paz, fartura, felicidade.

E marcharam, e boas novas souberam:
que, já depois, n’outra batalha,
o senhor havia derrotado vil exército,
e por Tatsunaga procurava...

Ah, sorriam, meus senhores, pois ido
se haviam todos os temores embora;
Sorriam, pois o amor se juntou ao riso,
por vários anos sem igual e sem volta;
Sorriam, como o fogo e o vento sorriam
juntos, no incêndio do amor que sentiam.



(continua...)

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(Autor: Bruno Neves Oliveira)

Quarta Parte

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Parte IV

I

Uma saga de amor, sem dor não existe,
tampouco gravados serão seus dias felizes;
Fogem; só no coração sua perenidade persiste,
sim, com’uma memória para os tempos tristes.

As memórias.....que são, senão fardos,
senão pílulas d’um sono d’alma pesado?
Ah, honrados ouvintes, não vos iludam jamais
co’o futuro que nasce ou co’o passado que jaz.

São ambos tal a espada de dois gumes,
dilacerando a alma pouco a pouco;
São ambos tal a perfeita branca nuvem,
sumindo no azul do céu em torno;

Que, pois, vale mais que o presente?
Que vale mais do que o agora somente?
Mais que a prata, que o ouro; a vida
aqui se funde nessa rica e rara jazida.

II

Assim, um dia, silente, Sanahide partiu.
[o vento nunca pode encerrar seu caminho]
Partiu sem palavras, sem aviso ou brio,
nada o levando senão do destino o fio...

Para onde – quem sabe?
[eu não conheço o caminho dos ares...]
Porquê – quem diz?
[ninguém compreende os corações sutis...]

Ninguém compreende, e Tatsunaga
por muito tempo lamentou estas palavras;
Ninguém compreende; suas lágrimas
encerravam o canto d’uma alma amargada.

Fez um juramente secreto, no breu
seu espírito estivesse embora;
E então, após nove dias se ergueu,
e seu coração.... virou rocha.

III

E carregou então o vento
já mil folhas do cedro do tempo;
Levou, mas deixou o alento
da saudade a dois seios comendo.

Assim que sucumbiu
a milésima folha,
um levante surgiu
de assombrosa força.

Surgiu, e seu poder as barreiras
não o detinham, nem desgastavam;
Uma onda gigante, mira certeira
passo a passo em direção ao palácio.

Tatsunaga volveu a ser chamado, sua lâmina
volveu a carregar celeste tom dourado;
Reuniu um exército, d’uma magnitude tanta
que de soldados se viu o palácio esgotado.

IV

Num inverno, numa planície sem nome,
como titãs, as duas forças chocaram;
E fitou Tatsunaga, assombrado, o homem
que se encontrava no maior cavalo.

“Hide” – soprou, um suspiro sem tom,
impregnado c’o som do invisível.
“Tatsu” – seu coração [criara ouvidos]
ouvia um vibrante olhar longínquo.

Num instante, ouviu também seu coração
que Hide defendia a justiça; a ganância
de seu senhor ultrapassara sua razão,
cobrando mais que seu povo ganha.

Que razão, porém, poderá combater o coração?
[e tatsunaga não tinha um coração quebrado?]
Algum amor ultrapassará aos limites do chão?
[à honra, à lealdade, a um juramento sagrado?]

V

Se chocaram; um mar de sangue novamente
tingia a emplumada relva japonesa;
Tingia, um quadro vermelho na neve já quente
formando, lento, uma forma grotesca;

Formava, e um grotesco kami raivoso
já espiava a batalha com rubro foco;
[com olhos da cor da paixão?]

Um foco, lá estava Sanahide
furando corações à espada;
E lá, lá estava Tatsunaga,
e ao seu fogo nada resiste;

Nada, nem mesmo a brisa
que é tragada às suas brasas;
Nada, nem mesmo a justiça
que às cinzas é transformada.

A brisa, então, encontrou a brasa,
e o vento era um tufão, e o fogo
era um vulcão gigante em lavas
[que ventania apaga o ardor do amor?]

Se encontraram; e o enlace perdido
há mil folhas, refeito a brasas,
olho a olho, espada a espada,
dois espelhos pulsando num só destino.

E os flocos caíam, e caíam os golpes
no frio do inverno, no gelo do amor;
Tinidos ecoavam ao lado, mas a luta
real só existia entre os dois amantes;

E as lâminas brilhavam, era uma dança
uma dança de ódio, uma dança de paixão;
E a cada passo, o ataque à defesa se irmana,
[uma arte mágica brotava de cada coração...]

Nada existia, eram duas espadas,
e se fundiram, agora apenas uma:
uma espada encerrando o universo
na luz de sua lâmina prateada.

Por fim, tudo acabou; dois corpos
jaziam deitados sem sopro na batalha;
Sobre os brancos flocos, puros e ingênuos
que caíam, num instante, sob a luz...da espada.

VI

Ah, que os kamis deles tenham piedade!
Tão longe um amor profundo chegou,
que ultrapassou a dor, venceu a espada,
venceu a separação na fusão n’uma só alma.

Senhores, eis a história fatídica, eis a saga
que jaz por séculos esquecida;
Eis um último clamor do amor, da alma,
pelo fim do denso ódio egoísta;

Do fim do ódio, este
que separa tantas grandes almas,
Eu, um cego, nada mais aprendi
além disso, que não é nada...

Afinal... nada sei, só sou um bardo,
é minha vida outras vidas cantar;
Exaltar as batalhas do passado
é o que faço, é pelo que vão me pagar....

(Fim)

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* P.S: Após o canto, as moedas fervilharam no pote do velho bardo cego.
Um dos ouvintes então perguntou: “Qual é seu nome, ó sábio velho?”, e o bardo respondeu:
“Meu nome sopra nas brisas. Quem ouvir atentamente, o escutará.
Mas alguém....alguém me chamava de Hide” – e um brilho iluminou por um instante seus olhos, e desapareceu para sempre.
Nesse instante ele sumiu, e nunca mais foi visto. Eu guardei o pote comigo, como lembrança (as moedas também sumiram).
Às vezes, num final de tarde, fico pensando... talvez ele tivesse cantando o último eco de sua história, para que jamais fosse esquecida. Quando me perguntam “para onde ele foi?”, não tenho resposta, mas meu coração gosta de pensar que, talvez ... ele tenha, finalmente, partido para se unir ao vento....


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(Autor: Bruno Neves Oliveira)