Sob a lua vermelha de novembro...

Quando tudo isso começou? Quando as engrenagens do destino começaram a girar? Talvez seja impossível achar a resposta agora, profunda no fluir do tempo...

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Eu? Apenas mais um andante solitário...mas todos os andantes tem uma ou outra lição a passar devida à sua intimidade com a estrada. A estrada é sábia. Embora seja certo que o caminho ainda segue muito à frente... quantas lições nos esperam?

segunda-feira, dezembro 27, 2004

Do nascimento dos elfos





*****

Rugia vento em alvoroço
e bailava dentre as vivas
sardas salpicadas no rosto
do céu: eterna noite acima...

Era noite, e cresciam trevas
sob as réstias das estrelas
virgens; e nelas mil feras
corriam livres sob as trepadeiras

Era noite antiga, noite fria,
quando a luz de olhos élficos
brilhou anterior à lua ou dia

Quando dos eldalië a raça bela
contemplou a régia abóbada
deitada sobre prateada relva


*****

(Autor: Bruno Neves)

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Da Canção dos Ainur



*****

Em tempos longínquos, passados,
moldados em templos do espaço,
ecoou música; bela música, eterna,
régia música que preencheu as terras
E vibrou;


e Manwë soou nobremente
suas trombetas, saudando Eru
eternamente; e o verbo da mente
se fez som, cingiu tom ao de forma
ausente; e nos céus as águias guinchavam,
planavam sobre o vale oculto de Gondolin;
e assim as brancas nuvens sorriam nos cumes
congelados e voavam em poesia nos ares sem fim

e Varda jorrou de seus lábios
melodias luzentes que a todos
guiavam, fulgiam as palavras
e fulgia o pó de prata em suas mãos,
que se espalhava na solidão da noite
em chuva de orvalho brilhante; e lá
estava a foice dos Valar, e Menelmacar,
e os elfos a despertar sob o céu e o mar

e Ulmo entoou seu cântico
profundo, oriundo das mansões
marinhas, das cristalinas frações
do mundo; e das fontes matutinas
o murmúrio se ouviu, sorriu a onda
de Ossë em muitos matizes saudando
do entardecer o sol que vai partindo
sobre imenso mar perene refluindo...


e de Yavanna brotou a sinfonia
da terra nutrida, nutrida da água
e afagada ao ar; e além, as sementes
surgiam dormentes no seio de Arda;
E altas se erguiam as árvores sagradas
no solo de Valinor; e as florestas ao sol,
com seus pastores, as dores do duro machado
no caule; e os animais a pulsar sobre a madre


e Aulë forjou nos acordes
sons das profundezas terrestres;
E faiscaram vislumbres de jóias
trabalhadas, adornadas de cores
várias, e as luzes sacras das silmarils
riscando a história das eras; e as velhas
serras formando cem baluartes de cal
e pedra: as moradas pétreas dos anões


e o velho Námo ecoou
os presságios de tempos
vindouros, de sangue e tesouros,
de terríveis agouros e feitos grandes;
E os mortos acudindo em bandos
às Moradas de Mandos, e de Vairë
as telas com mil pesarosos contos
e uma peça de amor infinito em Ëa


e a triste Nienna lamentou
as dores do mundo, os azares
e sulcos profundos dos corações;
E chorou lágrimas pelos aflitos,
pelos tantos conflitos, por pobres
e ricos e pela sorte errante do homem;
E com vinho melancólico regou o chão
e na humanidade floresceu a compaixão

e Oromë desbravou suas canções
de poder ante todos; e distante surgia
grande luz a cavalo e uma nota bravia
aquecendo os corações; e as feras tremiam
e tremiam os campos sob os pés do cavaleiro
branco; na escuridão então passava o fogo
qual raio indomável, armado soldado de Eru;
de oeste a leste passando, e do norte ao sul

e Melkor manifestou sua rebeldia,
com fumaça cobriu noite e dia,
das estrelas acima as fez sombrias,
e congelada a bela água a qual corria;
De Telperion e Laurelin, sangue caía
rubro, as silmarils as levou em furto
e inúmeras guerras criou no mundo;
E lágrimas rolaram, de pais e de filhos
pelos gritos de coragem sufocados;

E eis vazio e prisão, e findou-se a canção

*****

(Autor: Bruno Neves Oliveira)

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Canção de Rohan




"Onde estão cavalo e dono? Onde a trompa que ecoava?
Onde estão elmo e gibão e o cabelo que esvoaçante brilhava?
Onde está a mão sobre a harpa e do fogo o rubro tremer?
A primavera e a colheita onde estão, e o trigo alto a crescer?
Como a chuva da montanha passaram, como o vento no prado;
Os dias no poente desceram atrás do monte ensombreado.
A fumaça da brasa que morre quem a irá guardar?
E os anos do Mar refluindo quem os irá contemplar?"



domingo, dezembro 19, 2004

As árvores sagradas de Valinor




“Naquele momento, os Valar, reunidos para ouvir o canto de Yavanna, estavam sentados, em silêncio, em seus tronos do conselho no Máhanaxar, o Círculo da Lei junto aos portões dourados de Valmar; e Yavanna Kementári cantava diante deles, e eles observavam.”
“E enquanto olhavam, sobre a colina surgiram dois brotos esguios; e o silêncio envolveu todo o mundo naquela hora, nem havia nenhum outro som que não canto de Yavanna. Em obediência a seu canto, as árvores jovens cresceram e ganharam beleza e altura; e vieram a florir; e assim, surgiram no mundo as Duas Árvores de Valinor. De tudo o que Yavanna criou, são as mais célebres, e em torno de seu destino são tecidas todas as histórias dos dias antigos....”
“Uma tinha folhas verde-escuras, que na parte de baixo eram como prata brilhante; e de cada uma de suas inúmeras flores caía sem cessar um orvalho de luz prateada; e a terra sob sua copa era manchada pelas sombras de suas folhas esvoaçantes. A outra apresentava folhas de um verde viçoso, como o da faia recém aberta, orladas de um dourado cintilante. As flores balançavam nos galhos em cachos de um amarelo flamejante, cada um na forma de uma cornucópia brilhante, derramando no chão uma chuva dourada. E da flor daquela árvore, emanavam calor e uma luz esplêndida. Telperion, a primeira, era chamada, em Valinor, e Silpion, e Ninquelótë, entre muitos outros nomes; mas Laurelin era a outra, e também Malinalda e Culúrien, entre muitos nomes poéticos.”
“Em sete horas, a glória de cada árvore atingia a plenitude e voltava novamente ao nada; e cada uma despertava novamente para a vida uma hora antes de a outra deixar de brilhar. Assim, em Valinor, duas vezes ao dia havia uma hora suave de luz delicada, quando as duas árvores estavam fracas e seus raios prateados e dourados se fundiam. Telperion era a mais velha das árvores e chegou primeiro à sua plena estatura e florescimento; e aquela primeira hora em que brilhou, com seu bruxulear pálido de uma alvorada de prata, is Valar não incluíram na história das horas, mas denominaram Hora Inaugural, e a partir dela passaram a contar o tempo de seu reinado em Valinor. Portanto, à sexta hora do primeiro dia, e de todos os dias jubilosos que se seguiram, até o ocaso de Valinor, Telperion interrompia sua vez de florir; e na décima segunda hora, era Laurelin que o fazia. E cada dia dos Valar em Aman continha 12 horas e terminava com a segunda fusão das luzes, na qual Laurelin empalidecia, e Telperion se fortalecia. Contudo, a luz que se derramava das árvores persistia muito, antes de ser levada para a altura dos ares ou de afundar terra adentro. E as gotas de orvalho de Terlperion e a chuva que caía de Laurelin, Varda armazenava em enormes tonéis, como lagos brilhantes, que eram para a toda a terra dos Valar como poços de água e luz. Assim começaram os Dias de Bem-aventurança de Valinor; e assim começou a contagem do tempo.”



(Extraído de "Inicío dos tempos", O Silmarillion)


sábado, dezembro 18, 2004

Fingon e Gothmog




"Nesse momento, porém, no lado ocidental da batalha, Fingon e Turgon estavam sendo atacados por uma avalanche de inimigos três vezes maior que todas as tropas que lhes restavam. Viera Gothmog, Senhor dos Balrogs, , comandante supremo de Angband. E ele forçou uma cunha negra entre os exércitos élficos, cercando o Rei Fingon e empurrando Turgon e Húrin para o lado, na direção do Pântano de Serech. Voltou-se então para Fingon. Foi um encontro sinistro. No final, Fingon estava só, com sua guarda toda morta ao redor. E lutava com Gothmog até que outro Balrog veio por trás e lançou um círculo de fogo à sua volta. Gothmog então o atingiu com o machado negro, e uma chama branca saltou do elmo de Fingon quando se partiu. Assim caiu o Rei Supremo dos Noldor..."

(Extraído da quinta Batalha, Nirnaeth Arnoediad)

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P.S: Fingon pois morreu enfrentando o chefe do abismo...porém eu triunfarei! É uma promessa.


sexta-feira, dezembro 17, 2004

As alvas praias de Valinor...




"Já Eärendil não via restar mais esperança alguma no território da Terra-Média, e mais uma vez se voltou em desespero e não retornou para casa, mas mudou o curso para procurar Valinor novamente, com Elwing a seu lado. Passava a maior parte do tempo na proa de Vingilot, e a Silmaril estava atada a sua testa. E, quanto mais penetravam no Oeste, mais sua luz aumentava. Dizem os sábios que foi graças ao poder dessa pedra sagrada que, com o tempo, eles chegaram às águas que nenhuma embarcação, a não ser a dos Teleri, havia conhecido. E chegaram às Ilhas Encantadas, e escaparam de seu encantamente; entraram pelos Mares Sombrios e superaram suas sombras; e avistaram Tol Eressëa, a ilha solitária, mas ali não se detiveram. Afinal lançaram âncora na Baía de Eldamar."

quinta-feira, dezembro 16, 2004

O Um Anel



E assim canta uma famosa cantiga élfica:

"Três anéis para os Reis-Elfos sob este céu;
Sete para os senhores-anões em seus rochosos corredores;
Nove para os Homens Mortais, fadados ao eterno sono;
Um para o Senhor do Escuro em seu Escuro Trono
na terra de Mordor onde as sombras deitam.
Um anel para a todos dominar, um anel para encontrá-los
Um anel para a todos trazer, e na escuridão aprisioná-los
na terra de mordor onde as sombras se deitam"