Sob a lua vermelha de novembro...
Quando tudo isso começou? Quando as engrenagens do destino começaram a girar? Talvez seja impossível achar a resposta agora, profunda no fluir do tempo...
Quem sou eu
- Nome: Oliver ~ (Bruno N. Oliveira)
- Local: São Paulo, SP, Brazil
Eu? Apenas mais um andante solitário...mas todos os andantes tem uma ou outra lição a passar devida à sua intimidade com a estrada. A estrada é sábia. Embora seja certo que o caminho ainda segue muito à frente... quantas lições nos esperam?
quarta-feira, dezembro 14, 2005
Eien / Parte I
Parte I
********
Nos vales as folhas surgiam
e nasciam os sonetos do amar;
A vida, os gerânios se abriam
dois a dois, em cada par;
[Minhas margaridas jamais cresciam
nos ramos da solidão;
Descobri-te quando cem floriram
nos vasos do coração...]
Dos buracos da tempestade
a luz volta sempre a raiar;
A esperança da esmeralda
é seu intenso brilhar;
[Enquanto os pingos não caem,
meus lábios junto a ti;
A chuva salpicando a janela
acariciando teu sorrir...]
Nos arco-íris dos céus
as luzes despontando:
sete portas, sete véus
ao mundo circundando...
[As dimensões que se abram!,
percorrê-las-ei contigo;
A beleza maior dos astros
já a tenho aqui comigo...]
As escarpas agasalhadas
num manto opaco;
As montanhas enevoadas
num sacro canto;
[Do granizo os desenhos perfeitos
são minha obra em teu louvor;
O pincelar da língua em teu peito
formando linhas eternas de amor...]
(Eien...)
********
Eien / Parte II
Parte II
********
Nas vidas que as horas levam;
Nas ondas que as chuvas regam;
Nas estradas que as asas negam;
um brilho de íris... (em dons de mistério)
[Rabisco mil nomes
no mundo a cair;
Nas folhas que passam
um pouco de mim]
Suspiram os seios do mármore
fadados ao eterno pensar;
Sublimam degelos dos mares
fragrâncias salinas ao ar;
[Reflete o espelho do lago
– cristalino, teu rosto a sonhar... –
as cobertas eu contigo abraçado;
um coração em fogueira a pulsar;]
E todas as montanhas velam
o despertar das rosas;
E todos os cisnes elevam
um colar de pérolas;
[Quem conta, amor
tantas rosas faceiras,
as lindas palmeiras
que plantei por ti?]
Dança a carruagem
de cavalos em fogo
em infinda viagem
de céu a morro;
[O ouro dos campos
envolto em trigais:
Querido, eis meu manto
de paixão e de paz...]
(Eien...)
********
Eien / Parte III
Parte III
********
Ao luar dos pássaros
um sonho voa sem asas,
sem nada, das malhas
dos sussurros tártaros;
[Da morte revivo
cem mil lírios
a orar em ofício
por ti.]
Nas brisas do tempo
os perfumes secretos
que carregam os ventos
de Roma a Éfeso...
[Nunca, nunca esquecerei
do corar de tua face
embalde me ache
onde nunca vos perderei]
Dos justos redutos
um vulto, que sumo
a zelar tão fecundo
no coração do mundo?
[Mesmo os sete paraísos
ajoelham-se a ti;
Virgem imaculado,
cravaste teu nome em mim]
E as flamas poentes
das flechas da mente:
magias nascentes
dia a dia, eternamente...
[Um segundo não passa
num olhar que te toca
mais fundo que o breu:
amor, eu sou teu.]
(Eien...)
********
Eien / Parte IV
Parte IV
********
Os doze meses que passam
são doze fervores do amar;
são doze cantos que embalam
os violinos das bocas do mar...
[Eien...]
O destino das trilhas que somem
quem diz, onde vai dar?
Os alaúdes ensinam ao homem
mil lições de vida ao tocar...
[Eien...]
Um vôo de borboletas:
maior magia não há;
O olho que vê um cometa
nunca mais esquecerá...
[Eien...]
Nos labirintos da sorte
residem os dons do amar;
Ainda que me trague a morte
meu coração me salvará!
[Eien Indigo...]
Um carneirinho baila
sobre campos ao sol;
De dia pela relva parda,
De noite pelo farol;
[Eien Ganesha...]
Amor, sigamos sem medo,
elevemos nosso amor dos apegos
nossos corações dos coveiros
que insistem em os enterrar...
[Eien Ganesha & Indigo]
Adiante! Nas nuvens
há sonhos a realizar!
Até os confins do mundo
de nossa história falará!
[Eien Eien Eien...]
Te amo.
[........]
sexta-feira, dezembro 02, 2005
Soneto da Maioridade
Soneto da Maioridade
Um chalé, um café morno
antes do cantar do galo,
antes do joão-de-barro
gorjear um canto d'ouro...
De tarde o cheiro do mato,
do suor dos cavalos,
os velozes cascos
soando tambores no chão.
Olhos brilhavam: diamantes da noite;
As pupilas dilatantes, esperando, perguntando
porque o amanhã não vinha...
Adeus, minha roça;
Adeus, minha rosa;
Minha airosa infância...
______________________________________
(Autor: Bruno Neves)