Sob as cerejas...
- Uma Homenagem ao Renato -
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I
Da janela a lua
– invade a cama,
encobre a rua –
me clama e chama;
Agarra, arranca
– suave lembrança –
o que é seu: a sombra.
E, quando me for
ao azul profundo
deixarei de ser ator,
mas não deixarei o mundo...
Deslizarei no tempo;
Nas neblinas do sonho
e do esquecimento...
Mas percorrerei as flâmulas
– de Brunei à Gana! –
e vencerei montanhas
– para onde o sol se lança! –
E um dia, em sombra,
sob os véus dos mundos,
caçarei aromas...
Às cerejeiras ocultas
[do amor] visitarei;
À magia e à loucura
[do amor] recorrerei;
Ofertarei minha dor
e lançarei minha prece
ao despertar do amor...
Assim, com o rodar das eras,
ainda que meu coração
caia em cem mil pedras,
as cerdas do amor restarão...