Sob a lua vermelha de novembro...

Quando tudo isso começou? Quando as engrenagens do destino começaram a girar? Talvez seja impossível achar a resposta agora, profunda no fluir do tempo...

Minha foto
Nome:
Local: São Paulo, SP, Brazil

Eu? Apenas mais um andante solitário...mas todos os andantes tem uma ou outra lição a passar devida à sua intimidade com a estrada. A estrada é sábia. Embora seja certo que o caminho ainda segue muito à frente... quantas lições nos esperam?

domingo, maio 29, 2005

Epitáfio de um poeta

****



****

Vivi muitas vidas que não eram minhas...
Respirei muitos ares que não eram meus...

Trabalhei solitário: a lua era minha amiga;
da alma espremi cada gota que o céu verteu.

Escrevi muitas palavras...
algumas nobres, algumas levianas,
todas com tinta de sangue.

Às vezes tinha sede, e bebia lembranças.
Às vezes tinha fome: comia sonhos.

Às vezes minhas lágrimas vinham me visitar à janela...
até hoje não sei de onde vinham e para onde partiram.

Uma vez dormi, e meu coração me roubou segredos.
Quando acordei, meu maior segredo era não ter segredos.

As pessoas me perguntavam
como conseguia achar as palavras;
ainda não descobri para dar a resposta.

Amei o mundo como a mim mesmo:
descobri que ele fazia o mesmo.

Resolvi um dia que queria sofrer:
Apaixonei-me, e aprendi a lição.

Muitos perguntaram como cheguei ao pico;
respondi-lhes que não tive medo de cair.

Muitos perguntaram como sempre melhorava;
respondi-lhes que nunca tive medo de voar.

Nunca tive medo da morte.
Morri, mas sei que não teria medo
de viver tudo novamente.

Ass: Um poeta



________________


(Autor: Bruno Neves Oliveira)

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Muito belo teu poema... e de palavras tão sofridas... parece que foram tiradas do sangue... Espero que sua tristeza não perdure... abraço!

2:02 PM  
Anonymous Anônimo said...

Bruno??Vc tem as manha,tah?kd dia t admro mais....bjim

3:04 PM  

Postar um comentário

<< Home